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sábado, 23 de outubro de 2021

Nada sei

 




Nada sei dos contornos da terra. 
Nada sei das brisas que me levam nas suas asas. 
Nada sei dos sonhos que, semeados neste 
inconsciente, me levam à terra de ninguém. 
 
Sei que me acompanham os voos de todas as aves 
no encanto supremo de estar aqui. 
Sei que sou a água e a flor que despertam momentos
longínquos e me debruço como elas em cada peitoril
que adorna cada corpo, cada casa. 
Sei que tu és o Eu aí e sou a cidade à espera de ti. 
 
Não sei de onde venho, esqueci o caminho 
mas sinto que a porta se vai abrindo devagarinho.

 

Manuela Barroso

 

 

 

 

 


13 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de domingo, querida amiga Manuela!
Sei que tu és o Eu aí e sou a cidade à espera de ti.

Nada sabemos e só o que deseja nosso sábio coração.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima

Graça Pires disse...

E é tanto o que sabes. Da dádiva da vida, da emoção, da natureza, da terra, das árvores, do voo dos pássaros, do amor. E sabes tanto porque esqueceste o que não é essencial ao teu olhar. Por isso encontras sempre o teu chão. Maravilhoso poema, minha querida Manuela.
Cuida-te bem.
Um beijo.

chica disse...

Tuas palavrasfluem maravilhosamente,Manuela!
Linda poesia!
Como estás? Tudo bem por aí?
beijos, tudo de bom,chica

Toninho disse...

Às vezes o sentimento de que nada sei nos assoma e somos um pássaro no imenso céu azul sem destino a voar.
A certeza que a porta se abre faz o sentimento de voltar.
Voltar é o aconchegar.
Lindo trabalho Manuela.
Beijo amiga e feliz semana leve.

Graça Pires disse...

Se os pássaros sobrevoam as palavras
para saudar o dia, é porque há festa
nos olhos de quem nasce quantas vezes é preciso.
Quase se adivinha um tempo de lembranças
como um pretexto, uma fuga, um alibi
para escapar à fadiga dos sonhos minguados.
É então que os amigos trazem afectos
que o tempo não corrompe
e o vento se torna solidário das manhãs
por onde se regressa à infância.

Parabéns! Um beijo enorme.

manuela barroso disse...

Minha querida Graça
... É que com amigas / os como tu, o tempo quer mesmo passar para voltar a ouvir e saborear a força da amizade no vento que traz a infância e os momentos felizes.
Hoje sobrevoàs o meu telhado com as asas brancas da tua companhia e ternura !
Muito obrigada pelo teu carinho 💖

saudade disse...

Maravilhosas palavras, muito bom.
Boa semana, Beijo

Ailime disse...

Boa tarde Manuela,
Um poema introspetivo muito belo com metáforas repletas de vida e emoção.
E sabe, sim, poetizar como poucos impregnando maravilhosamente a sua sensibilidade poética em cada verso.
Beijinhos e um bom fim de semana.
Ailime

Majo Dutra disse...

É UM COFORTO E ALEGRIA UANDO AS PORTAS SE ABREM...

BELO POEMA, QUERIDA MANUELA. BEIJOS.
~~~~~~

Gracita disse...

Querida comadre
Por vezes sentimo-nos atordoados com tantos saberes e quereres que pensamos estar numa encruzilhada sem saber caminho seguir
Mas a tua poética flui tão expressiva que nada sei diz-nos tanto... E seguimos sando que a poesia é o caminho que nos impulsiona ao veio do coração e nos emocionamos com essas belas metáforas
Uma semana de luz e esperança
Beijinhos perfumados querida comadre

Mariazita disse...

O desconhecimento de nós mesmos é que nos vai fornecendo material para o imaterial...
Porque é a na eterna procura que consiste o conhecimento que nos devolve o desejo de infância e da conservação dos sonhos.
Adorei este teu texto poético, querida Manuela.

Apertado abraço.

Votos de uma feliz Terça Feira e boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

rosa-branca disse...

Já tinha saudades de a ler. Nada sabemos do mundo em que vivemos e quem acha que sabe tudo ainda tem muito que aprender. Difícil é a caminhada da vida. Adorei o seu poema e me identifiquei nessas linhas. Boa semana amiga Manuela e beijos com muito carinho

Ana Freire disse...

A vida é uma permanente descoberta, do início ao fim!
Pura sensibilidade, neste belo momento poético, que tão bem percorre os sentires da vida, que nos acompanham permanentemente... e tantas vezes, a dúvida...
Pura maravilha, Manuela! Um beijinho grande!
Ana