sábado, 16 de julho de 2022

A Luz coa

 





A luz coa a acidez das sombras  no fogo das  resinas,
definhando os nervos da terra que geme no refúgio das grutas
onde cantam os morcegos na felicidade das teias em cortinas.
 
Ninguém escutará a voz
encostada aos olhos das nascentes;
só o rosto do granito erguido
no moinho solitário, dormente.
 
Amanhece. 
Uma chuva de sol
se espalha em delírio no orvalho incandescente da ladeira
e cobre o solo tecendo arabescos na poeira.
 
O pólen desce do campanário.
Mergulhando no chão,
outras flores virão,
fazendo dele um santuário.
 
Manuela Barroso

13 comentários:

  1. Uma chuva de sol
    se espalha em delírio no orvalho incandescente da ladeira
    e cobre o solo tecendo arabescos na poeira.

    Belíssimo, querida amiga Manuela!
    O contraste do orvalho com o sol, tudo perfeito no efeito místico floridamente esperado.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos com carinho fraterno

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  2. Ouço o nervo da terra a gemer no refúgio das grutas e ouço a tua voz tão rente a cada nascente e sinto o delírio da chuva de sol a espalhar-se no orvalho. Tomo cada palavra tua como se fosse minha para edificar contigo o santuário da Natureza. Tão belo, o teu poema! Tão bela a árvore que usaste como imagem!
    Tudo de bom para ti, minha querida Amiga Manuela.
    Um beijo.

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  3. Tua grandiosa inspiração nos fornece leituras sublimes.Adorei...
    A última estrofe um show! beijos, tudo de bom,chica

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  4. É Verão e sua poesia vem carregada desta preocupação com a mãe terra.
    O nervo da Terra, o crepitar das folhagens numa linda poesia no olhar a natureza em seus movimentos entre as estações.
    Belíssimo trabalho Manuela.
    Beijo e que a semana seja leve aos olhos.

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  5. Boa noite Manuela,
    Um poema sublime em que a preocupação pela natureza está bem presente.
    Mas, a luz, essa continua a brilhar e a coar todas as sombras.
    Um beijinho.
    Ailime

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  6. Quanta beleza neste teu poema Manuela!
    Tem a suavidade da brisa e a força telúrica
    da majestosa árvore que associas ao poema.
    Não me canso de o ler...tão belo!

    Um abraço grande!

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  7. vais à raiz das palavras, Manuela
    por isso a tua poesia me sedux

    beijo, minha amiga

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  8. Este teu poema tem uma chuva de sol
    que não molha mas tem a luz que torna cintilante o teu poema!
    Muito, muito belo Manuela!

    Um beijo para ti.

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  9. A foto é fantástica e o poema magnífico!
    Também sinto que uma árvore abriga um santuário
    apenas percebido por Poetas.
    Foi um prazer admirar o seu estilo e inspiração.

    Agradeço os votos de boas férias que me desejou em julho
    e convido-o a colaborar na minha celebração da Amizade.
    Beijinhos, amiga Manuela.
    ~~~~~

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  10. poema solar-. cravejado de imagens poeticas que encantadoras

    beijos

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  11. O Verão tem tanto de belo, quanto de desafiador... que os nossos mantos verdes se consigam preservar de um dos mais quentes e secos Verões de sempre! A salvo dos caprichos da natureza, que de momento, canalizou as chuvas para outras paragens... mas sobretudo dos caprichos humanos, com a irresponsabilidade e inconsciência que lhes é associada nesta altura, quando tantos incêndios não são, reconhecidamente, de origem natural...
    Um beijinho grande! Votos de um bom domingo e um óptimo Agosto!
    Saúde, para si e todos os seus... e boas férias, se for o caso!
    Ana

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  12. Minha querida amiga ... Voltando com muitas saudades. Depois de tantos anos sinto que estou regressando a CASA. Estou abrindo a porta à amizade linda que construímos aqui . Deixo o meu carinho e um beijinho.

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  13. Todas as manifestações da natureza são dependentes da luz.
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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