segunda-feira, 10 de maio de 2021

Não substimes

 



Não subestimes as ligeirezas da terra. Tudo se liberta em 
olhos clandestinos sempre à procura de um destino.
Bate à porta do sol, das nuvens, dos olhos, 
terás a resposta na quietude  profunda da paz 
que terás no Cosmos.  
 
Não subestimes a erva seca que já foi menina.
É o prado que se funde com insectos e larvas 
criaturas pequeninas. 
Debruça-te na varanda do teu mar, esquece o pânico
das bombas, enche o peito de rosas e verbo amar. 
Mergulha nas ondas e da alegria não te escondas. 
Espera o encher das marés. 
Transforma-te na leveza da anémona, deixa-te vaguear, 
sê tu próprio aquilo que és. 
 
E não perturbes o teu caminhar. 
Abandona-te na seda da alma que, 
como interrogação sempre em suspenso, é rosa,
lírio, cisne branco, quando no abandono nos traz a calma.

 

Manuela Barroso 

 

 

 


18 comentários:

  1. O Cosmos. A nossa relação com ele através das estrelas, do mar, da Natureza em júbilo. As palavras sempre tão confidentes, tão cúmplices. Belíssimo poema, minha querida Amiga!
    Cuida-te bem.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  2. Te ler é sempre maravilhoso. Tuas inspirações nos fazem contigo voar! Adorei! bjs, chica

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  3. Olá, querida amiga Manuela!
    Ah! Ser rosa, lírio e cisne pela calma que nos traz o abandono, como prêmio consolador.
    Tão profundos seus poemas, amiga!
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos carinhosos e fraternos

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  4. Sim, Manuela, não devemos substimar o mais pequenino sinal da natureza, sempre pedindo socorro, avisando-nos assim que tudo acaba e com esse tudo, acabamos nós
    também; o pânico, esse, não interessa que ente no decorrer nos nossos dias, porque a serenidade , a quietude e a alegria são fundamentais para que continuemos em frente tendo a consciência de que, além dos sinaia de que um dia tudo acaba, a natureza também nos mostra motivos para vivermos com alegria os dias que ela nos dá; já fomos meninos e já não voltaremos a sê-lo , de certeza, mas nada nos impede de continuarmos com a alegria da nossa meninice, desde que tenhamos a coragem de sorrir perante as adversidades e de pensar que amanhã pode não chover e o sol entrará, radioso pelas nossas janelas; é preciso que as abramos de par em par, por mais dificil que isso sejam dadas as circunstâncias actuais. A vida pede-nos alegria e devemos fazer um esforço para aceder ao seu pedido., pelo menos nós, abençoados por ela com trabalho, conforto e pão na mesa. Há tantose tantos que não conseguem abrir as janelas porque já não as têm e , se as tiverem a fome impede que as abram. Para quê? Não entrara3 sol...entrará mais tristeza. Não substimesmos as consequências desta pandemia, não sustimemos os danos procados pela guerras, não sbstimesmos o mal causado pelas politicas desastosas dos poderosos em relação aos que mais precisam de carinho e atenção. Muito bom, querida Manuela, aliás, como sempre. Obigada pelo belo poema qu me levou a estas considerações; não sei se são as tuas, porque impossivel é sentir o que vai na alam do poeta, mas o uma cois é certa...não substimas o sofrimento que vemos à
    nossa volta. Disso, não tenhoa menor dúvida, Amiga! Um beijinho e espero que estejam todos bem de saúde e que a tua pequenina tenha consguido trazer à vovó a alegria de que tanto precisa. A minha tem sido uma benção para todos nós: tem sido o sol que entra em casa nestes dias chuvosos, Obrigada e boa noite
    Emilia 🙏 🌻 🌹

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  5. Boa tarde Manuela,
    Um poema lindíssimo que respira leveza, amor e paz!
    Não subestimemos tudo aquilo que pode fazer de nós melhores pessoas
    Um beijinho e saúde.
    Ailime

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  6. O Cosmos é um pequeno grão de areia
    que devemos valorizar
    nele esculpir caminhos
    a desvendar
    Bjs

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  7. Tão verdade as palavras que nos deixas neste belíssimo Poema!
    Há muito que vimos que tudo era verdade, no tempo de ser o fruto acarinhado, mas muitas vezes o subestimamos.
    Olhávamos o futuro promissor, no meio da esperança, mas tantas vezes fomos adiando.
    Tantas vezes subestimamos os laços que nos levariam ao amor e acabamos por nos perder nas teias do esquecimento.
    Fomos pétalas da árvore da vida e tantas vezes subestimamos essa divina condição!
    Agora que olhamos para os caminhos astrais, não deixemos que nada perturbe o nosso caminhar. Somos a árvore que vai da raíz até aos céus!

    Um grande abraço Manuela!

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  8. Há que saber apreciar e dar valor ao que de bom a vida nos oferece.
    Maravilhoso poema
    Beijinhos

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  9. Uma só palavra para definir este seu poema, sublime!

    Deixei-me envolver pela brisa das suas palavras e pelo som da calma que me transmitiu. Obrigada!

    Um beijinho, feliz semana


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  10. Manuela,
    Adorei ler seu texto.
    Me fez muito beme
    me trouxe leveza.
    Bjins de boa
    nova semana.
    CatiahoAlc.

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  11. Deixa-te entregar nas levezas dos movimentos da natureza,
    que ela restaura e faz este pensar continuo de prosseguir.
    Linda inspiração enraizada nas pequenas grandes lições desta natureza.
    Maravilhosa construção em pensamentos poetizados.
    Uma semana leve Manuela.
    Beijo e paz no seu coração.

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  12. Oi, Manuela!!
    Em tempos de guerra, somente o encontro da poesia nos dias para nos salvar. Lembrei-me agora de Goethe. Mas a vida é um eterno criar, talvez por isso o homem tende a destruir-se!! Aos poetas cabe nos entregar um pouco de beleza, nesse vasto cosmos de interrogações
    Beijus,

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  13. Na natureza tudo se transforma, mas o homem, na senda de ser quem é, interfere e manipula influenciando.
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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  14. Um dos piores males da humanidade é precisamente o facto de ela subestimar a natureza. Um belo poema
    Abraço e saúde

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  15. Boa noite, querida amiga Manuela!
    A natureza descrita no seu melhor!
    O homem pode ser corrompido, mas a natureza jamais se deixa intimidar!
    Um abracinho no seu coração!
    Megy Maia🌻🌼🌻


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  16. Sempre um prazer imenso, apreciar a sua sensibilidade poética, Manuela!
    Por estes dias, também sinto a necessidade de parar um pouco, neste rodopio de emoções fortes, em que o último ano se tornou!
    Preciso mesmo respirar um pouco... desse abandono que nos devolve a calma...
    Adorei cada palavra! Um beijinho! Estimando que tudo esteja bem, aí desse lado!...
    Ana

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  17. As flores como perfumes d'Alma.
    Lindo Manuela.
    Beijinhos.

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