Tanto frio lá fora.
Pelas fendas da tarde o piano travesso do vento
carregando neve invisível na intimidades das sombras.
Não adivinho a
respiração das árvores nem os segredos
aquáticos das rãs. Mas sinto a solidão fria dos pássaros
que não vejo e as pálpebras maduras nas silhuetas
abatidas no
recorte da noite.
Passos que pisam lençóis de geada na pressa
descompassada de seivas quentes no calor
do tecto e das asas.
Haverá sempre um
lago morno em cada tempo
que agasalhe o
sono para aí desaguar e colher
a seguinte madrugada.
Manuela Barroso
Boa tardinha amena, querida amiga Manuela!
ResponderEliminar"Haverá sempre um lago morno em cada tempo".
Amei o verso recortado... vislumbrei o oásis do afeto da imagem linda em pleno inverno saboreado.
Felicidades e bênçãos para você!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
😘😘😘
Gostei muito da publicação :)) Obrigada pela partilha!
ResponderEliminarHoje:- Os nossos corações arrebatam-se num desejo {POETIZANDO...}
Bjos
Votos de um óptimo Domingo.
"Não adivinho a respiração das árvores nem os segredos
ResponderEliminaraquáticos das rãs. Mas sinto a solidão fria dos pássaros
que não vejo e as pálpebras maduras nas silhuetas
abatidas no recorte da noite. " Muito belo, minha querida Amiga!
Uma boa semana.
Um beijo.
Apesar do frio, o texto não arrepia, pelo contrário!
ResponderEliminarBjo e boa segunda-feira!
Também me preocupo com o destino dos pássaros
ResponderEliminarnas noite frias e nas de temporal...
Registo perfeito do desconforto provocado pelo
frio intenso. Um poema muito belo.
Terno abraço, querida amiga.
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Tanto frio lá fora, muito frio também dentro de casas cujas " fendas " permitem que o vento entre e gele os corpos abatidos sobre colchões humedecidos por pingas teimosas que espreitam qualquer buraquinho para entrarem. São de " cinza as noites geladas, são de cinza os dias escurecidos pelas chuvas que não dão trégua. " Pássaros se escondem ou voam para outras paragens, pessoas apressadas caminham e se abrigam no aconchego de um lar aquecido, mas tantas outras tem como único refúgio o tecto da rua e aí se deitam, enroscando-se em trapos, tentando agasalhar o corpo, aquecer a alma, chamar o sono que teima em não vir. Para alguns, nunca " há um lago morno " onde banhem o corpo e aqueçam o coração já empedernido por tanta geada; há só a leve esperança de que a " nova madrugada " lhes traga o conforto da luz do sol e os pássaros voltem para amenizarem a sua solidão e alegrarem os dias sempre pintados de cinza.
ResponderEliminarHá muito não vinha aqui, a este Anjo que, apesar dos dias cinzentos, mantem sempre o seu azul suave, aquecenfo-nos com a sua bela poesia , mas nunca esqueço dele, Manuela, e aqui estou. Espero que, apesar do frio, estejas bem, com saúde, assim como os que te são queridos Um abraço carregadinho de amizade
Emilia
Oxalá os "lagos mornos" não faltem por aí...
ResponderEliminarExcelente poema, como sempre.
Gostei muito.
Manuela, continuação de boa semana.
Beijo.
não há frio que resista ao "lago da ternura"
ResponderEliminarque emana teu universo poético
poema muito belo, Manuela.
gostei. deveras.
beijo, amiga
Na tua geada há calor e madrugada. E tanto sentimento!
ResponderEliminarAtravessas e colhes alimento poético. E eu sento-me à tua mesa.
Meu aplauso, minha amiga Manuela.
Beijos
Saboreando cada palavra desta magnifica inspiração... que nos aconchega e aquece a alma...
ResponderEliminarSimplesmente sublime, Manuela!... Nem tenho palavras!... Mas irei ficar com estas... anotadas, no meu caderninho de futuros destaques...
Pura maravilha, Manuela!... Grata, por poder apreciar, tal...
Um beijinho grande! Feliz semana!
Ana