De trapos pendurados no rosto, deambulam como quem vê.
Enterram sonhos como quem planta espinhos de rosas
na poeira do asfalto sem uma erva de vida. Límpidos os olhos
na esmagada aceitação das lágrimas, resvalando no colo onde
se aquieta o fruto aninhado no colo materno, bebendo a seiva até
à última gota.
Engolem a esperança na alegria que vai apodrecendo com a solidão.
Olhos mirrados com sede de luz e fome do dia, coado por um manto
negro de desterro.
Aninhadas nas sombras lúgubres dos tugúrios,
as sementes não tem permissão para nascer.
São proibidas as flores e as pombas.
Enterram sonhos como quem planta espinhos de rosas
na poeira do asfalto sem uma erva de vida. Límpidos os olhos
na esmagada aceitação das lágrimas, resvalando no colo onde
se aquieta o fruto aninhado no colo materno, bebendo a seiva até
à última gota.
Engolem a esperança na alegria que vai apodrecendo com a solidão.
Olhos mirrados com sede de luz e fome do dia, coado por um manto
negro de desterro.
Aninhadas nas sombras lúgubres dos tugúrios,
as sementes não tem permissão para nascer.
São proibidas as flores e as pombas.
Manuela Barroso
Olá querida comadre
ResponderEliminarEmbriagar com o elixir da sua poética é sempre um bálsamo que nos emociona e nos inspira
Que poema soberbo minha querida
Beijinhos
Elas enterram os sonhos. Engolem a esperança na alegria que vai apodrecendo com a solidão. Têm os olhos límpido na esmagada aceitação das lágrimas.
ResponderEliminarTão comovente, tão sentido, tão ajustado à realidade destas mulheres afegãs que neste momento estão privadas da sua própria identidade e castigadas por serem mulheres. Tão injusto o mundo onde vivem...
Gostei muito, minha amiga Manuela. Comovi-me com as tuas palavras.
Desejo que estejas bem e a proteger-te.
Um beijo enorme.
Poesia linda e fala exatamente a situação que elas vivem...beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarbelíssimo, Manuela, que dizer tão bonito sob a mais subtil poesia que nos é a alma e a respiração.
ResponderEliminarestarrecedor é o aprisionamento a que estão votadas as mulheres objeto deste eloquente poema, e são tantas, e tantas são todas as outras votadas também...
uma que fosse e já seria tanto, tantíssimo...
urge seguir em frente, e que as amarras desapareçam da face do universo.
um beijo meu e um bom fim de semana.
Um tocante poema, que não poderia traduzir melhor, tão inconcebível realidade!
ResponderEliminarQue mundo é este, que permite algo assim?...
Um momento poético que muito me sensibilizou, Manuela!
Um beijinho! Votos de um excelente fim de semana, estimando que tudo esteja bem, aí desse lado!
Ana
Boa noite de sábado, querida amiga Manuela!
ResponderEliminarFico horrorizada ao ver a impiedade dos que penalizam estas mulheres tão sofridas.
Um poema grito de alerta aos insensíveis que maltratam às mulheres afeganistãs.
Tenha um domingo abençoado!
Beijinhos com carinho de gratidão
É de rasgar o coração ver estas dilaceradas almas perambulantes, que carregam um fardo pesado, talvez o mais pesado dos desprezos da vida humana, engolindo desejos seguem pela vida, onde o fim lhes parece renascer. Uma inspiração/construção que emociona Manuela.
ResponderEliminarUma semana maravilhosa com belos olhares e feliz outono amiga.
Beijo e paz no coração.
Gostei do seu grito em forma de poema...
ResponderEliminarBeijinhos, Manuela.
~~~
Olá, Manuela!
ResponderEliminarPrimeira vez aqui. Gostei muito do seu poema. Traduziu com nitidez a realidade inaceitável das mulheres afegãs. E o pior é que essa situação não precisava ter tido esse desfecho, mas...
Enfim, achei muito bem colocadas suas palavras.
Bjs, Marli
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A tua mensagem poética denuncia e arrepia. Brutal a imagem.
ResponderEliminarQue o obscurantismo seja banido da face da terra.
Um beijo, minha amiga Manuela.
Oi Manuela
ResponderEliminarBom voltar aqui pra te abraçar e me envolver com sua poesia que comprova a dor que sentimos diante de tantos sonhos sufocados e esperanças perdidas.
Sempre assertiva, amiga
Que tudo esteja bem aí contido e com a família .
deixo abraços
Um retrato poético de uma realidade revoltante.
ResponderEliminarEm pleno século XXI ainda há regimes e costumes sociais que colocam a mulher quase ao nível de animais domésticos.
Excelente poema, os meus aplausos para o teu talento.
Boa semana, querida amiga Manuela.
Beijo.
Boa tarde Manuela,
ResponderEliminarUm poema magnânimo que nos fala de uma realidade atroz, em que a Mulher é ostracizada de forma impune às mãos de autênticos algozes.
Que haja consciência para que este martírio possa ter fim!
Gostei imenso do seu grito poético!
Um beijinho e continuação de boa semana.
Ailime