Correm em fios gotas indulgentes
no repouso da cama moribunda das folhas.
Não reparas no passeio do vento.
Sentes o borbulhar dos charcos e o balbuciar de ramos inquietos.
Olhas e perguntas por ti na sombra do musgo
colado à casca dos troncos.
Aquietas-te.
Fixas as tuas mãos.
Elas abrem-se olhando-te.
no repouso da cama moribunda das folhas.
Não reparas no passeio do vento.
Sentes o borbulhar dos charcos e o balbuciar de ramos inquietos.
Olhas e perguntas por ti na sombra do musgo
colado à casca dos troncos.
Fixas as tuas mãos.
Elas abrem-se olhando-te.
E numa resposta tímida mostram-te o espelho
de outros outonos
que lhe foram chegando devagarinho
depondo folhas amarelas sobre os regatos
que circulam por entre os dedos, sumindo.
manuela
barroso
de outros outonos
que lhe foram chegando devagarinho
depondo folhas amarelas sobre os regatos
que circulam por entre os dedos, sumindo.
ResponderEliminarPura delícia poético. A velhice chega quase sem se dar por ela. As rugas que cobrem o corpo, mostram que as mãos outrora ágeis, são na velhice mais fracas, mas belas como sempre. Um poema e imagem que me comoveu ler e ver. Deixou-me fascinado, poeticamente falando.,
.
Saudação poética.
Domingo feliz
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
ResponderEliminarPoema emotivo e belo, cara Manuela.
Outono atrás de Outono a vida vai-se
escoando e fazendo o seu percurso.
Beijos
Olinda
Bom final de domingo, querida amiga Manuela!
ResponderEliminarInteressante como eu me vi na imagem ilustrativa. Estou fazendo tranças diariamente. Para ficar em casa me facilita muito. Relembro os tempos de antes...
Nosso outono chega devagarzinho, quando vê já estamos perto do inverno...
Muito bonito e reflexivo.
Esteja bem, amiga, proteja-se junto dos seus familiares!
Beijinhos
🙌👼🍀🕊️🏡🙏😘
linda foto que me deu saudades a minha avo ela todos dias fazia a sua trança adorava a ver a fazer mais um lindo poema parabens bjs saude
ResponderEliminarNão reparo no passeio do vento porque estou a reparar na fotografia maravilhosa que escolheste para ilustrar este poema onde a resposta de outros outonos se entrelaçam na trança feita por mãos tão expressivas... Magnífico, minha querida Amiga Manuela!
ResponderEliminarProtege-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo enorme.
Foto e texto se conjugam
ResponderEliminarnuma bela memória
Bom dia Manuela,
ResponderEliminarUm poema belíssimo sobre os outonos da vida que, num ápice, se aproximam e se esgueiram por entre os dedos como folhas amarelecidas pelo tempo.
A imagem é lindíssima.
Gostei muito.
Um beijinho e um ótimo dia com saúde.
Ailime
Um poema sublime.
ResponderEliminarBeijinhos
... e que venham mais outonos, porque a finitude do homem sempre lhe fecha a porta no inverno.
ResponderEliminarAbraço poético.
Juvenal Nunes
Corre a vida...
ResponderEliminarA imagem e as suas palavras, Manuela... proporcionam-nos uma perspectiva, poética e bem real, da vida tal como ela é... com todas as inquietações... e as folhas amarelas... porque nem tudo, floresce para sempre...
Adorei este regato, sereno... de quem sabe, sempre por onde ir seguindo... e tirar o melhor partido, de cada pedacinho do percurso...
Os Outonos, têm o seu próprio encanto... como as demais estações... a beleza, está em quem sabe ver... muito para além do que é visto...
Mais uma pura maravilha poética, por aqui!
Deixo um beijinho, e votos de um bom domingo, estimando que tudo esteja bem, aí desse lado!...
Ana
Quando o bom gosto e a arte correm de mãos dadas... o Outono em poesia, a vida que avança, os anos que tudo levam...
ResponderEliminarNum comentário que fiz anteriormente, referi que, para mim, a poesia é como uma melodia, a forma como é construída, a mensagem inscrita, a beleza de cada palavra, encanta pelo simples facto de existir...
Muitos parabéns.
Maravilhosa foto e poema, o encaixe perfeito. Boa semana.
ResponderEliminarUm magnífico poema!
ResponderEliminarNesta corrente dos dias, em que caminhamos
so-nâm-bu-los,
uma recordatória iniludível dos sinais
anunciadores dum tempo futuro sem futuro.
Mas, ainda assim, no outonar se aprimoram cores e sabores
para nosso deleite.
Não os esqueçamos de viver esses dias.
E a foto tão impressiva!
As mãos!
Infalivelmente,
nas mãos o reflexo de todas as estações:
excessos e mínguas, cheias transbordantes e secas de osso,
generosidades e egoísmos duma vida (quase) inteira
Irrompe no nosso chão o sobressalto outonal
(inesperadamente). A surpresa atinge as meninges,
sem piedade, ao firmamos o olhar nesse espelho
Progressivamente, a razão do nascer do sol,
vem uma luz que nos atina nos sulcos
das tempestades carpidas agravados na solidão
das insónias e nas manchas marcadas das marchas no deserto
Se ocorrer um aguaceiro de emoção
é bom sinal...
Muito obrigado, Manuela Barroso, pela poesia que aqui se lê e vê.
Saúde para si e para os que lhe são mais queridos e
até mais ver e ler.
Beijo.
Uma simbiose perfeita da foto com o poema. Que é brilhante.
ResponderEliminarParabéns pela excelência das tuas palavras.
Bom fim de semana, querida amiga Manuela.
Beijo.
Não sei como deixei passar este belíssimo e profundo poema Manuela.
ResponderEliminarO outono da vida entrelaça-se nos dedos e quase nem nos apercebemos da rapidez com que nos chega.
A foto é de uma sensibilidade tocante.
Tudo perfeito!
Um beijinho e muita saúde
Fê
Quanta beleza!
ResponderEliminarA nostalgia do outono penoso da vida, que tantas vezes nós passa ao lado.
Bjs.
Cheguei a este entrelaçar de memórias e carinhos. Tranças e mãos são de um enorme apelo afetivo. Algo que transmites de forma fascinante.
ResponderEliminarUm beijo, querida amiga Manuela.
Coisa mais linda não há, que esta tradução do passar dos tempos.
ResponderEliminarLindo este olhar das mãos com o espelho real do que vivi.
Uma poética delicada para traduzir esta travessia da vida.
Maravilha amiga, chega a emocionar no silencio do outono da casca do tronco.
Só você com esta elegância de poetizar.
Beijo e feliz Semana Santa com bela Páscoa.
Esteja bem.