quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Chamo-te



  

Chamo-te no timbre dos ventos, no som 
cavado das montanhas. Respondem-me
baladas de violinos no contrabaixo da serra.
Subo. Voo nas asas das aves emplumadas
de nuvens e arrasto o coro que sopra da terra
para os picos da serra.

Sou a gota sobrevoando os vales verdes, errante,
sou nascente e primavera,  sou voz que treme na
harpa, ecoando no sibilar límpido dos regatos.

Chamo-te no cântico sereno das cores onde a música
da vida se funde nos olhos das flores.
Rodeiam-me os anéis do tempo, num contínuo caminhar,
ora lento ora sonolento, mas insisto com a mão leve deste
sopro sedento.  

É noite na minha aurora, quero esperar pelo sol,
derreter a minha neve
ser água correndo lá fora.
E chamar-te-ei na liberdade do vento
na quietude que demora.

Sou a prisão do meu peito
na voz muda do pensamento.

Manuela Barroso-in “Luminescências”


Para adquirir o livro:







16 comentários:

  1. Boa tarde dr Setembro, querida amiga Manuela!
    Mais uma pérola linda...
    "Chamo-te no cântico sereno das cores onde a música
    da vida se funde nos olhos das flores."
    Tão bonito!
    Amo ler suas poesias tao reflexivas.
    Tenha dias felizes e abençoados!
    Bjm cafinhoso e fraterno de paz e bem

    ResponderEliminar
  2. Uma sinfonia telúrica belíssima...
    Um chamamento poderoso...
    Muito belo, querida Poetisa.

    Voltou com a 'rentrée'...
    Gostei sobremodo de a encontrar por aqui.
    Beijinhos
    ~~~~

    ResponderEliminar
  3. Que bela volta querida amiga!
    A imagem e o poema que encanta pela serenidade.
    Inspiração e construção com a arte do poetizar.
    Sabe de já pode adquirir seu livro aqui no Brasil?
    Beijo amiga e seja bem vinda ao seu canto mágico.

    ResponderEliminar
  4. Olá, Manuela!
    Algumas vezes a noite se faz em alguns sentimentos e tudo que desejamos é que o sol brilhe de novo.
    Lindo.
    Um abraço,
    Sônia

    ResponderEliminar
  5. A imagem e o poema, conjugados, dão uma sensação de muita liberdade.
    Linda página!

    Boa tarde.

    ResponderEliminar

  6. Olá, Manuela

    Um poema feito em consonância com os elementos da natureza, que servem
    de moldura aos mais caros sentimentos. Um chamamento irresistível.

    Beijo

    Olinda

    ResponderEliminar
  7. tão belo, Manuela!
    sublime teu talento poético, a que as montanhas e os ventos ampliam as sonoridades...

    beijo. minha amiga

    ResponderEliminar
  8. Fundes-te com a natureza e és apenas a voz ténue que canta, beija e ao de leve pousa És o regaço que se molda ou o violino que vibra num som sublime: vem!
    Como se demora a poesia no teu reino, amiga!
    Tu
    Beijos.

    ResponderEliminar
  9. Passamos a vida a pedir-lhe que nos diga de que matéria será feito o ser humano, sempre inquieto, nunca satistisfeito, com uma mente complexa, um turbilhão de pensamentos que o atordoam; não adianta...continuamos sem respostas porque há perguntas que são impossiveis de serem respondidas; não há respostas para a maior parte das inquietudas da alma, É a vida e a vida, embora se diga que é simples e bela, torna-se por vezes de uma complexidade enorme e, inevitavelmente, sentimo-nos meio perdidos, ora subindo serras, ora descendo para os vales seguindo num " continuo caminhar, lento umas vezes , apressado outros e parando muitas vezes para pensarmos se estamos no rumo certo. Mais dúvidas...a noite chega e a incerteza continua, a quietude demora, mas virá....é só esperar o sol..ele nos trará serenidade e " derretará " o gelo em que se transformara o nosso coração enquanto foi noite, enquanto esperou, enquanto questionou. Por uns tempos ficará sereno, mas...até quando? Não dura muito a paz no coração dos homens; é demasiado inquieto e complexo o o ser humano, Manuela, e as perguntas surgirão sempre. O que também surgirá sempre,é esta tua amiga que, apesar de parecer sumida, cá está para continuar esta amizade que não deixa dúvidas e que é muito sincera. Obrigada e desejo-te muito sucesso com este teu livro, Com certeza que o terás. Um bom fim de semana e desculpa a ausência, querida amiga. Um forte abraço e muitos beijinhos
    Emilia

    ResponderEliminar
  10. Esse voejar pela poesia nas asas da liberdade é o nos mergulhar na profundidade da tua mágica poesia minha querida comadre
    Beijinhos perfumados de poesia

    ResponderEliminar
  11. Este é um dos maravilhosos poemas que o teu livro "Luminescências" contém. Belíssimo! Muito metafórico e com as palavras que só a escrita no "feminino singular" é capaz…
    Uma boa semana minha querida Amiga Manuela.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  12. O que te dizer senão repetir se3mpre? És danadinha! Super inspirada e adoro te ler! Coisa bem boa! bjs, tuuuuuuuuuuudo de bom,chica

    ResponderEliminar
  13. Parabéns, Manuela
    Seus poemas me encantam pela lindeza com que usa as palavras ,a sonoridade de cada verso.
    Quer adquirir um livro seu.Vou conseguir, quando estiver em Portugal.
    Meu abraço minha linda kiridinha

    ResponderEliminar
  14. Precioso poema donde brota en cada letra el sentimiento de la nostalgia.
    Ha sido un placer leerte.
    Cariños.
    kasioles

    ResponderEliminar
  15. Um belíssimo poema.
    Abraço e bom fim-de-semana

    ResponderEliminar
  16. Y vuelvo para agradecer tus letras, créeme si te digo que son un gran estímulo por venir de una gran poeta.
    Cariños en el corazón.
    kasioles

    ResponderEliminar