Acompanhaste, amado, os passos peregrinos
à procura de nada?corri veredas entre muros,
estalando nos contrafortes de musgo sepultado
nos anos, morrendo de tempo. penetrei nos
córregos entre o silvado procurando as amoras
da vida. só encontrei sal nos picos dos valados
íngremes, escorregadios. atravessei a simplicidade
do monte e dormi na clareira roxa de violetas.
no êxtase do perfume, sentei o pensamento
no joelho das pedras e adormeci no regaço
do tempo. não havia mundo, só o aroma roxo
era a plenitude na fugacidade da existência.
não havia ruído. o aroma roxo era agora a
música dos sentidos. a luz era o segredo
roxo nas violetas dos teus olhos, amado,
preenchendo a fome da cor.
e tudo ficou mais negro com esta humanidade
descolorida, sem norte. amor
orfã de mim, procuro o tempo que existe no vazio.
só ele preenche a minha sede neste mundo egoísta, frio.
Manuela Barroso, “ Eu Poético”
É um poema algo nostálgico, mas fascinante, exímia poetisa.
ResponderEliminarDesejo-lhe que tudo lhe esteja a correr melhor, querida Amiga e um fim de Verão muito aprazível.
~~~ Beijinhos ~~~
Talvez o roxo das violetas se torne cúmplice da sede que sentes e possas olhar a tua sombra sem que te sintas órfã de ti mesma.
ResponderEliminarUm poema, maravilhoso, Manuela!
Uma boa semana.
Um beijo.
Um poema tão belo que toca o nosso coração.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Os líquenes esperam sequiosos
ResponderEliminara chuva que virá e sepultarão
inexoravelmente
as pedras da incompreensão.
Gostei, Manuela.
Manela
ResponderEliminareste poema impregnado de nostalgia fez-me lembrar um que escrevi faz muitos anos e que curiosamente, fala de todos estes caminhos (da vida) ou não.
embora melancólico eu gostei deste poema.
beijinhos
:)
Acompanhou-te com certeza aquele " amado " e com certeza tantos outros que amas e que te amam, nos teus " passos pergrinos " à procura de respostas às tuas inquietudes, inquietudes que também são minhas e de tantas outras pessoas que te leem e se reveem neste teu poema. Corremos " veredas ", nos silvados procuramos " as amoras da vida ", sentamos nos joelhos das pedras, mas o resultado foi " nada ", foi um vazio, foi uma tremenda decepção; a humanidade continua descolorida, sem " norte ", completamente perdida e nós, querida amiga, continuamos " com sede neste mundo egoísta, frio. Mas não vamos desistir....a busca deve continuar. E quem sabe, um dia o coração do homem não mudará? Esperemos, Manela! Beijinhos e que a tua serenidade aos poucos vá aumentando.
ResponderEliminar,Emilia
Sem norte, tudo é mais complicado...
ResponderEliminarUm excelente poema.
Como é teu hábito, de resto.
Bom fim de semana, amiga Manuela.
Beijo.
Maravilhoso poema!
ResponderEliminarOs meus parabéns estimada Manuela!
Bom fim de semana.
Linda poesia, amei seu poetar, escreve maravilhosamente bem. Seguindo amiga! Bjuss
ResponderEliminarManuela, passei para desejar uma Boa semana
ResponderEliminarBeijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
E o mundo está cada vez mais egoísta, na verdade.
ResponderEliminarExcelente poema, gostei imenso.
Bom fim de semana, querida amiga Manuela.
Beijo.
Nostálgico... belo... e tocante!...
ResponderEliminarMaravilhoso trabalho, Manuela... ao qual é impossível ficar indiferente!
Ficarei com umas palavrinhas do mesmo, debaixo de olho, para qualquer dia as destacar com um link para aqui, se não se importar...
Um beijinho grande! Esperando que tudo esteja bem, aí desse lado!...
Ana
Um poema que nos transcende.
ResponderEliminarTodo ele aroma, cor e ansiedade.
Bem conseguido, minha amiga!
Beijinho.