Despe as sandálias de vime e sobe as
veredas verdes no pico das águas de abril.
se os galhos trouxerem rebanhos de corações
nos ramos do meio dia, acompanha as setas
que se acendem nos charcos num dilúvio de rãs.
deixa esvoaçar os teus laços na seda dourada
da aragem e arremessa-te na seara grávida
de centeio em flor .
senta-te na paciência das escadas da infância
onde se bordam os aromas
da flor de laranjeira
num novelo branco de saudades.
Manuela Barroso
(Todos os direitos reservados)
14 comentários:
Beautiful image of a poem
Bom seria voltar à escada da infância e refazer toda trajetória.
Cativar os cheiros e sabores.
Vestir-se da simplicidade que faz toda diferença pela vida.
Lindo poema despido de tantas fantasias.
Um lindo domingo de paz Manuela e que a semana seja de levezas e delicadezas.
Beijo amiga.
Posso ver-me nas escadas da infância. O lugar do teu poema onde me encontrei de novo para poder inventar essa infância que não fira o coração. Só depois é que irei contigo ver os charcos das rãs e a seara do centeio em flor.
Belíssimo, o teu poema, minha Amiga Manuela!
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
Não tenho palavras que saibam traduzir a elegância e o saber poético presentes neste poema.
Digo apenas que gostei e que o achei excelente.
Boa semana, amiga Manuela.
Beijo.
Bom fim de noite de paz, querida amiga Manuela!
Vamos seguindo as setas perfumadas do Amor.
Despindo o desamor dos corações...
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno
Sentados nas escadas da infância, bastava o sol lá fora e tudo se resolvia!
Talvez por isso, muitas vezes sentimos vontade de despir as sandálias de vine e correr para essa escadaria...
Muito belo o teu poema,
no teu estilo inconfundível querida amiga Manuela.
Um beijo.
Quantas saudades das escadas da minha infância.
Um poema sublime.
Beijinhos
Hoje, dia dedicado às crianças, inevitavelmente, recuamos atrás no tempo e, sentadas na escada da infância, recordamos a nossa meninice, feliz, principalmente pela liberdade que tinhamos; corriamos pelos campos, pelos pequenos quintais por vezes enlameados que nos faziam gargalhar para desespero das mães com tanta roupa a lavar em tanque de água gelada. Não havia fartura, mas havia alegria nas correrias, nas brincadeiras e comunhão com a natureza; era dela que tiravamos os brinquedos, imaginando que uma pedrinha era uma boneca e uma folha de videira a sua caminha. Hoje, há mais fartura, mas não brilham tanto os olhos das nossas crianças presas entre quatro paredes e outras, infelizmente, nem paredes têm que as amparem. São essas, hoje que quero lembrar, as que não têm paredes, tecto e muito menos um pão que lhes mate a fome. Temos de nos " despir da arrogância, do supérfluo, do tanto de desperdicio e vestir - nos de humanidade, de carinho e de cuidados para que esses seres inocentes que pusemos no mundo possam crescer com o minimo de dignidade. Há tanta futildade nas nossas vidas, querida Manuela, que por vezes me pergunto: " como podemos nós ser tão insensiveis às necessidades do nosso semelhante, principalmente às carências de tantas crianças?" Eu sei, Amiga, somos pequeninas demais perante os poderosos do mundo que não olham a meios para atingirem os seus objectivos. Um beijinho muito especial à criança que tens em casa e para ti, querida Amiga, um abraço carregadinho de amizade
Emilia
Manuela, só posso aplaudir a riqueza e a beleza da construção de seu poema. Leio e releio com imenso prazer. Abraço.
~
Encontrando a mesma forma de poetizar, plena de doçura, encanto e beleza.
Agradeço as palavras de apoio e incentivo que tem deixado no meu 'blog'.
Dias leves e felizes. Beijinhos
~~~~~~
Boa tarde Manuela,
Um poema maravilhoso que me deixou encantada.
Parabéns pela excelência do mesmo.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
Manuela, conheci o teu blog agora e já estou te seguindo pois encontrei aqui uma poesias magistrais, parabéns pela tua escrita impecável. Teria imensa honra que conhecesses meu blog e me seguisse por lá. Beijos ;) https://botecodasletras2.blogspot.com/
Ia jurar que teria comentado... mas como o Blogger continua problemático, desviando imensos comentários, por todo o lado... para algum portal do tempo e do espaço... ter-se-á perdido...
Um poema lindíssimo, que me fez ter saudades das Primaveras da minha infância... refrescantes e inebriantes, anunciando o despertar de uma nova estação cheia de vida, certezas e alegria... ultimamente... a imprecisão do tempo, continua cada mais patente em todas as estações...
Que um dia regressem tão doces e saudosas Primaveras, que antecipadamente nos vinham anunciar que os melhores dias do ano... estavam quase a chegar...
Um beijinho grande! Feliz domingo! E votos de um excelente Agosto!
Ana
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