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Ainda
ontem te despias para
adormecer
no longo inverno que te esperava...
Ainda
ontem te deixavas morrer
dando
lugar à renovação da vida...
Ainda ontem te deixavas cair,
dando o
exemplo de que morrer, não é morrer,
é dar a
vez, alternando...
...E a cor
morria ou fundia-se na alegria
da
essência de nós e das outras coisas.
Mas os dias vão crescendo e com eles
a essência
escondida em tudo que é vida.
Voltem
timidamente os ramos a intumescer-se
como os
primeiros sorrisos de criança!
Voltem a rebentar os bolbos das tulipas
e das
frésias do meu jardim!
Volte a surpreender-me o merlo malandro
que salta
prestes dentre a folhagem densa
soltando
agressivos desafios
E no
ventre da Terra,
a vida
entorpecida, desperta,
estalando
em movimento,
verdura e cor!
...E fico assim à espera, vendo, olhando, pasmando,
absorta
numa quase total ausência de mim…
...Desperto,
sorrio...
Vale a pena a vida?
Sim!...
manuela barroso