Nada sei dos contornos da terra.
Nada sei das brisas que me levam nas suas asas.
Nada sei dos sonhos que, semeados neste
inconsciente, me levam à terra de ninguém.
Sei que me acompanham os voos de todas as aves
no encanto supremo de estar aqui.
Sei que sou a água e a flor que despertam momentos
longínquos e me debruço como elas em cada peitoril
que adorna cada corpo, cada casa.
Sei que tu és o Eu aí e sou a cidade à espera de ti.
Não sei de onde venho, esqueci o caminho
mas sinto que a porta se vai abrindo devagarinho.
Manuela Barroso