que não chegam a florir.
Não são os mastros nos destinos do vento
que levam os cantos das sereias.
São os corais, as pautas onde se guardam
solfejos, bulindo nas águas, capazes de
fazer
renascer nos búzios, os sons que guardam na
perfeição das suas sinuosidades a sinfonia
das marés,
fazendo rodopiar os peixes
num bailado inacabado.
Os caracóis de sons completam-se em
cascatas de harmonia
onde se mergulha num êxtase quase
profético, quase celestial.
A limitação humana agride esta ânsia
corrosiva de libertar esta
torrente de emoções, tornando agrestes as
palavras.
Cai um pingo em cada nota deste vento,
deixando
de ser som, para ser estrela musical,
duplicando-se
na sonoridade que lateja insistente,
nas também cordas do coração.
Quedo-me absorta numa quietude branca.
Manuela Barroso-" Luminescências"
Manuela Barroso-" Luminescências"