Jacek Yerka |
São cordas de violino as agulhas dos pinheiros.
Chorando,
são ecos de vozes
tateando as fímbrias dos montes.
.
tateando as fímbrias dos montes.
.
A luz coa a acidez das
sombras no fogo das resinas,
definhando os nervos da terra
que geme no refúgio das grutas .
Aí cantam os morcegos
na felicidade da cortina das teias.
Ninguém escutará a voz
encostada aos olhos das nascentes;
só o rosto do granito erguido
no moinho solitário do vale.
Amanhece.
Uma chuva de sol
se espalha em delírio no orvalho das toupeiras
que rasgam a terra
em lábios verdes e floridos .
O pólen desce do campanário.
Mergulhando no chão,
outras flores virão,
fazendo dele um santuário.
Manuela Barroso