O sol já deita os olhos nas colinas que eu abraço...
...e a luz vai baixando oblíqua...num cansaço, num azul de céu
transparente e doce que cobre a terra aqui , vestida de verde paz!
...e dos braços das árvores que abraçam o meu jardim, desprende-se
uma e outra folha que baloiça graciosamente, pousando no chão, aconchegando-se
placidamente a outras folhas irmãs...
Na melancolia deste tempo que cai, há uma metamorfose de vida
com miscelânea de cores intemporais...
E tu, relva minha e meu regaço, tão sequiosa no verão, abandonas o
teu ritmo mas não a tua vida! Cresces com passos lentos guardando em ti os
segredos que te penetram...
...E a consciência do tempo levou as minhas andorinhas e com elas
toda a sinfonia dos melros, piscos e tentilhões!
...fico aqui à vossa espera e quero não vos dizer adeus!
...e olho para o vazio do azul e vejo as nuvens patinando em ondas
caprichosas que deslizam suavemente pelo ar!
Tudo é harmonia!
Tudo está no seu tempo!
Tudo está no seu momento!
Tudo é igual e diferente cada dia!
Manuela Barroso
(Reeditado- Outubro de 2010)
Um texto contemplativo da natureza outonal, muito bem elaborada e cheia de nuances de colorida sensibilidade.
ResponderEliminarPena que este ano não tenhamos dias assim.
Bj.
Tantos são os silêncios
ResponderEliminarAinda bem que reeditou. Textos tão belos merecem.
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana
Bela entrada, minha amiga! E, depois, é ver o texto fluir no teu regaço e apreciar como o Outono se amacia ao teu olhar de poetisa intemporal.
ResponderEliminarBeijinho.
E é muito bom quando somos capazes de observar as mudanças próprias da natueza, levando as andorinhas da nossa primavera, o calor e o sol do nossa verão até chegarmos ao Outono, onde as arvores se despem e deixam um tapete dourado sobre a relva verde. Que bom podermos dizer " que tudo está em harmonia, tudo está no seu momento, tudo é igual e diferente a cada dia ". Nem sempre estamos dispostos a concordar com a natureza, reclamando que o calor é muito, que o outono é triste , que o inverno nos faz tremer de frio e que a Primavera demora a chegar e a trazer-nos as andorinhas de volta. Somos muito inconformados, querida amiga.
ResponderEliminarLindo, como sempre! Desejo que estejas bem, cada vez com mais serenidade e menos tristeza.
Ps. Desculpa, amiga, mas será que aconteceu alguma coisa com o meu comentário anterior? Sei que o fiz, mas como uso o tablet, pode ser que tenha havido algum erro. Se houve...paciência, não te preocupes!
Beijinhos e boa noite.
Emilia
há tardes assim - em que tudo é perfeito! e ameno.
ResponderEliminare se colhe a harmonia das coisas, antes de serem...
gostei muito
abraço
Nunca encontramos a forma definitiva do outono porque a paisagem muda a cada instante. É a voz da Poesia que faz arder os poente à passagem dos pássaros e por isso afirma "Tudo é igual e diferente cada dia!".
ResponderEliminarBelíssimo texto, Manuela.
Uma boa semana.
Um grande beijo.
Maravilhosa divagação.
ResponderEliminarBoa semana
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Enquanto assistimos à chegada da Primavera e ao voo das nossas andorinhas, bem te vis e sabiás dançando o seu balé no céu e nas árvores,do outro lado do oceano as folhas caem e enfeitam os gramados e os olhos de quem as vê.Há beleza em todas as estações...precisamos ter olhos para ver.
ResponderEliminarBeijinhos, minha querida Manu!
Marilda Vianna
A natureza vai mudando para que tudo fique (quase) na mesma no ano seguinte, não fora a errada intervenção humana.
ResponderEliminarExcelente texto, gostei imenso.
Continuação de boa semana, amiga Manuela.
Beijo.
Mais um dos seus trabalhos, Manuela, que têm a capacidade, de nos calar as palavras...
ResponderEliminarQue bom que o reeditou, caso contrário, talvez, não o viesse a descobrir... e será impossível, também eu, futuramente, não destacar esta perfeita maravilha, lá no meu canto... vou já avisando!... :-)
Um beijo imenso!
Ana