quarta-feira, 10 de maio de 2017

Acende as velas



Acende as velas da rua
o torpor silenciou a grafia do luar
Fantasmas de luzes
rastejam
na insónia das pedras
no abandono húmido do pó

É o deserto que guarda agora
os segredos destas ostras
ocas de solidão.
Dormem indefesas nas micas luzidias
em corais de saudade
são as pérolas do chão.

Manuela Barroso, in” Laços- Dueto” Editora Versbrava, 2014



à(s)

11 comentários:

  1. Elvira Carvalho11 de maio de 2017 às 08:07

    Gostei.
    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Mar Arável11 de maio de 2017 às 21:06

    No deserto também há flores
    Bj

    ResponderEliminar
  3. Teresa Almeida12 de maio de 2017 às 09:33

    Um poema garimpado ao torpor, à solidão, à saudade ...

    Uma pérola num corolário de um excelente caminho poético.

    Beijinho, querida Manuela.

    ResponderEliminar
  4. © Piedade Araújo Sol (Pity)12 de maio de 2017 às 13:52


    e assim haverá luz
    a que por vezes nos falta
    beijinhos
    bom final de semana
    :)

    ResponderEliminar
  5. SOL da Esteva12 de maio de 2017 às 17:45

    A luz difusa torna-se um mistério
    Sempre que as sombras alonguem seus dedos.
    Se sol e água te são refrigério
    Arma-te da concha. Livra-te dos medos.


    Beijo
    SOL

    ResponderEliminar
  6. Ana Freire12 de maio de 2017 às 18:08

    Somos mesmo as pérolas do chão... ansiando por um pouco mais de céu... muitas vezes... sem muito fazer para o merecer, ou alcançar...
    Uma abordagem lindíssima... do nosso viver... apesar de vivermos em grandes aglomerados... quantos de nós se sentem ostras ocas de solidão?...
    Maravilhosa inspiração, Manuela!
    Beijinhos! Bom fim de semana!
    Ana

    ResponderEliminar
  7. Jaime Portela12 de maio de 2017 às 21:27

    Onde não há luz não há vida...
    O que é curioso é que estão a acender as velas em Fátima enquanto comento o teu excelente poema.
    Gostei imenso, pois claro.
    Bom fim de semana, querida amiga Manuela.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  8. Marli Terezinha Andrucho Boldori13 de maio de 2017 às 01:06

    Boa noite, querida Manuela,
    lindo seu poema, mesmo não vivendo sozinhos, às vezes nos sentimos só, como ostras ocas .
    Tenha um feliz dia das Mães!
    Grande abraço!

    ResponderEliminar
  9. Olinda Melo13 de maio de 2017 às 11:22


    Solidão que assola tantas vidas, visionando fantasmas do que teria sido e não foi. Num mundo globalizado, percorrendo caminhos pejados de gente é possível, sim, encontrarmo-nos sozinhos.

    Bom fim de semana, cara Manuela.

    Bj

    Olinda

    ResponderEliminar
  10. Manuel Veiga14 de maio de 2017 às 22:30

    belo colar de palavras
    como pérolas!

    gostei muito

    beijo

    ResponderEliminar
  11. Odete Ferreira26 de maio de 2017 às 13:30

    Luz, chama, calor. Quanto necessidade há desta trilogia que, embora se possa associar ao mesmo campo semântico, são sustentáculos de diferentes estados de vida.
    Meu aplauso!!!
    Bjinho, amiga 💓

    ResponderEliminar