Acordou a manhã com os recortes distantes
do cinzel
dos abetos.
nem um cão
vadio mastigava o orvalho,
nem o
cheiro do pólen ruminava as sombras escondidas
nas portas
da aurora
mas tudo
se calava num mutismo vagabundo,
num
amarelo corroído pelo tempo.
o vento
permanecia enjaulado
em grades
sinistras
em
ausências indecisas.
os ecos
persistentes da manhã
insistiam acordar a alegria que longa no vale
,
ainda
dormia
Manuela Barroso, Eu Poético Vll
Muito bonito. Poema muitíssimo interessante a cada palavra.
ResponderEliminarUma boa semana.
Abraço
Ai as manhãs, Manuela..." acordam " frias depois de uma noite gélida, mas acordam sempre e nós pedimos a oportunidade de com elas despertarmos, apesar de não sermos capazes de vislumbrar nada por trás da neblina que nos esconde o céu. O sol não está " enjaulado" e aparece-nos timido dando-nos luz bastante para aquecer o nosso coração; há frio, muito frio, há neve que não derrete em corações sempre gelados. Nos vales a alegria também dorme, esperando que o vento deixe escapar da jaula pelo menos uma brisa que a desperte; têm saudades do cheiro dos " pólens, do chilrear dos pássaros, das flores e do verde que o frio" amareleceu "; desejam que o " mutismo" dê lugar aos barulhinhos de cada ser vivente procurando o sol para renascerem numa manhã diferente, mais aconchegante, mas calorosa. Mas essa manhã virá, o sol aparecerá com força, derretendodo a neve e também o vento se libertará; é sempre assim neste ciclo maravilhoso da natureza, será sempre assim... um dia a seguir ao outro, ora com frio, ora com o sol brilhante, com brisas serenas ou com ventos uivantes mostrando a sua força. Neste ciclo estamos nós com amanheceres diferentes também; frio fora, gelo na alma, coração palpitando de alegrias, corações sangrando de dores; a vida abençoa-nos com manhãs diferentes, cada uma trazendo sentimentos e emoções distintas, mas diferentes estamos nós também a cada dia que começa e além de lhe agradecer, creio que precisamos de lhe pedir que nos dê sempre coragem para podermos enfrentar as agruras dos dias frios e ventosos que sempre aparecem. É isso, querida Manuela, que te desejo, que a saúde e a coragem não te faltem, pois, de certeza, precisamos muito das duas. Obrigada, amiga por mais este momento de bela poesia ; da " tua manhã " fui construindo outras manhãs, saltando de metáforas em metáfora; sem pedir licença entrei , li, refleti
ResponderEliminarE lá fui... como é meu costume e como tu também sabes. Um abraço caloroso nesta manhã bastante fria.
Emilia
Lindo texto, Manuela. Acho que seria um excelente começo - uma introdução - para um romance.
ResponderEliminarFico sempre encantada com a sua poesia.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Bom dia, dias frios que incomodam de tal modo que nem um cães vadios mastigam o orvalho, parabéns para a poeta pelo lindo poema.
ResponderEliminarAG
Boa noite Manuela,
ResponderEliminarUm poema magnífico.
Aprecio muito o seu estilo poético.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Uma manhã despertando sem pressas... como que apreciando o seu acordar...
ResponderEliminarLindíssimo e inspirado trabalho, Manuela! Como sempre...
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana
Não se vê um cão vadio a mastigar o orvalho, mas espreguiça-se a manhã na seda da palavra cristalina.
ResponderEliminarBeijo.
Adorei o poema, partilhado em outra latitude...
ResponderEliminare através dele cheguei aqui!
Gostei muito do que li, e se me permitir, voltarei mais vezes...
Beijinho e bom domingo Manuela.
Esta é a manhã "física" pelos meus lados, datada em nevoeiros densos. Solitária, quase perdida na sua própria bruma. Mas como fica encantadora e sedutora nos teus versos! E é preciso tê-la vivido para assim a homenagear.
ResponderEliminarBJ, Manuela 💓
Há amanheceres assim...
ResponderEliminarMais um excelente poema, gostei imenso.
Manuela, tem uma boa semana.
Beijo.
Uma manhã silenciosa e nostálgica.
ResponderEliminarBelíssimo poema
Beijinhos
Maria
O tempo acorda as manhãs em seu tom.
ResponderEliminarSe faz estação de seu próprio gosto.
Tudo dentro do prazo conforme o Criador consentiu.
Na relva fria passeia as palavras de uma poetisa, e num facho de luz nos molda o olhar.
Lindo poema anjo azul.
EAT