A tua voz percorre o murmúrio do silêncio que penetra
na neblina
sobrevoando a escarpa da encosta.
Passeio os
olhos pelo turquesa das águas e os reflexos
me falam
de ti.
A lonjura
é perto para abraçar o horizonte.
Ficas a um
passo de mim e a dois passos da eternidade.
A solidão
é o altar das minhas memórias mergulhadas
nesta cor fundida
com o azul intenso do céu.
Ecos perdidos
quebram o ritmo deste percurso interior.
É um
despertar nesta doce melancolia que se deixa
arrastar
pelo oceano da minha pele ancorando no
porto da
minha alma.
E este
oceano longínquo e cristalino é o regaço
onde quero
voltar a adormecer no aconchego
dos teus
lençóis azuis onde também dormem
as nuvens....
Manuela Barroso, Poemas Oblíquos