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sábado, 21 de maio de 2016

Yaíza



Acordas-me com os teus gritos negros num
incêndio de saudade, Yaíza!.
A memória insiste invadir o teu peito de lava e
o teu coração de catos eretos, na alucinação do sol


A tua brisa alísea permanece tatuada no acordeão
dos meus ouvidos.
Quero pernoitar na prisão das tuas correntes
nos reflexos da meia noite, desmaiando-se
nos novelos de espuma, na quietude branca do luar.

Anoitece, Yaíza, e no cetim da água da noite
és o fantasma que se funde no veludo negro do teu vestido.
Permaneces como impiedosa recordação
que fecunda de aromas doces as pedras virgens
que nascem ainda quentes do teu ventre.

Quero estender-te as mãos na manhã da tua areia
escrevendo o teu nome no meu corpo.
Serás da tua beleza a candeia
e eu, a saudade da tua lua cheia.


Manuela Barroso, in “Talentos Ocultos” – Editora Ediserv

                                                                               

19 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Muito belo.
No Sexta hoje também há poesia. Nada que se compare com a sua que o meu talento não é lá grande coisa.
Um abraço e bom domingo

Teté M. Jorge disse...

Gracioso talento entre letras e imagem...
Um beijo

Gracita disse...

Querida Manuela
Teu poma esbanja graciosidade, lirismo e amor grande poetisa
E tu deslizas pelos entremeios da poesia externando toda a sua sensibilidade aformoseando a poesia
Uma linda nova semana minha amiga
Beijos

Emília Pinto disse...

E a lua lá está todos os dias, com várias fases, como nós as temos também, A cheia tv deixe mais saudades...ilumina...enche e encanta os olhos de quem a observa; é a " candeia que clareia a noite escura , dando luz também aos corações entristecidos.Estendemo-lhe as mãos pedindo para que, ao deixar-nos nos prometa o sol ao amanhecer, invadindo o nosso peito de luz até que de novo anoiteça e a lua de novo apareça; não será cheia, mas que importa? Também não seremos os mesmos que elevaremos o olhar à sua procura; será um novo instante, um novo olhar, uma outra lua; os mesmos seres, mas diferentes. Este teu poema também é diferente...tu, Manuela estás de certeza diferente, mas a beleza poética é a mesma. Querida amiga, obrigada por este instante maravilhoso e fica bem, Boa noite e que o teu amanhecer seja luminoso. Um beijinho
Emilia

Zilani Célia disse...

OI MANUELA!
LINDO TEU POETAR, EXTERIORIZAÇÃO DE PURO TALENTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Olinda Melo disse...


Há recordações que perduram, há nomes que não se esquecem e há poemas, como este seu, que nos marcam. Belo, cara Manuela!

Bom fim de semana.

Bj

Olinda

Maria Rodrigues disse...

Uma brisa de saudade, num poema maravilhoso.
Beijinhos
Maria

Unknown disse...

Olá, Manuela.
"Quero estender-te as mãos na manhã da tua areia" - ser a areia de alguém deve ser prazer redobrado, maior ainda do que o prazer que dá ao alguém a quem massageia a pele, em acto único de amor.
Parece um cântico este seu poema, Manuela, de tão lindo e sereno, ainda que o inspire a força do amor.

bj amg

Jaime Portela disse...

Nada sei da Yaíza, que penso ser nome de mulher, mas sei que o teu poema revela um talento nada oculto... porque é excelente.
Manuela, tem um bom fim de semana.
Beijo.

Ana Freire disse...

Um poema lindo, Manuela!
Belo, intenso, profundo e apaixonante...
Uma sublime descrição... de alguém... de uma força da Natureza... e em simultâneo, uma magnifica declaração de amor...
Pura maravilha! Para ler e reler...
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana

A Casa Madeira disse...

Basta olhar para a lua.
Muito bonito.
Abraços

Manuel Luis disse...

Tanta coisa em tão poucas palavras! A lua deve ser a tua confidente. A força das marés na vida amorosa.
Junho a convidar para a praia, aparece!
Bj

Ailime disse...

Boa noite Manuela,
Um momento de excelente poesia.
Fico sem palavras perante tanta beleza poética.
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime

Maria Rodrigues disse...

Manuela, passei para deixar um abraço.
Maria

rosa-branca disse...

Amiga Manuela, não sei quem é Yaíza, mas para mim é a sereia do mar das palavras mais belas, que aqui li. Li e reli, pois amei demais. Beijos com carinho

lis disse...

Que lindo! Manuela
_ja sentia muita saudade de vir ler-te mas tantas coisas aconteceram que felizmente para nao perder o hábito fiquei a voltear por outras redes sociais e sentindo e querendo voltar e nao conseguindo,entende?
Obrigada por acolher-me sempre.
Um abraço saudoso te deixo hoje .

Odete Ferreira disse...

Há uns tempos li esta fantástica ode poética! Como não conhecia o referente, fui pesquisar. E, de facto, a grandiosidade expressa nos versos retrata (se assim se pode dizer) o espantoso fenómeno ocorrido e a emoção perante tal acontecimento.
Bjo, amiga :)

Manuel Luis disse...

Caminhei até aqui para te dar um abraço.

Duarte disse...

A riqueza do vocábulo, no emprego da metáfora, é tal que me emociona.
Até chega a fecundar de aromas doces as pedras virgens. Uma ousadia que enamora!
Belo.
Abraços de vida, querida amiga