( DUETO )
GERÊS
Podia deambular
com as borboletas
que sobem a
saliva do pólen
Podia inventar mensagens
que escondem segredos
no sussurro trémulo da aragem
O diálogo perde-se
na boca turva das dúvidas
transpirando incertezas
Onde moras liberdade?
és surpreendida pelo bolor
dos sorrisos bafientos
rasgando-se nos mofos
de bocas sem memória
definhando
falsidade
vazias, sem história
só lama e lodo
na trajetória.
Manuela Barroso
MAIA
Arrasta-se o poema da liberdade
em dúbia neutralidade para areias movediças
a liberdade mora
na criatividade de cada ser
no caminho escolhido por entre atalhos
onde giestas obscurecidas haurem lentamente
sugadas pelas bocas sem memória
a liberdade é o sol da vida
é sedução no caminho individualmente tecido Teresa Gonçalves
Editora Versbrava, 2014