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O vento fala com as folhas das nuvens na sombra
Páras a
cada esvoaçar de tílias no chilreio dos pardais
dançando
nos telhados quentes dos beirais
Que
importa a visita pendurada da aranha na folha branca
das tuas
palavras?São patas batendo à porta de cada sílaba na vida de
cada pedra
No coração de cada folha cantam outras teias de
flores acordando tintas de madrugadas.
Descobre a
transparência em cada erva,
flor
selvagemmelro bravio
em serena vadiagem
Soletra os tropeços nas arestas do vale
e nas margens do regato
ouve
o teu sangue na vida que és
e quanto ela vale
Prende-a
nos olhos do espelho de ti próprio
penetra no
valetateia a beleza que foge nas tuas horas de ócio
Mergulha na calma do pó
sê tudo
sê nada
Sê tu
Só!