que ainda dormem em sonhos liquefeitos.
Arredondo os braços
que procuram as noites
também inventadas à procura de outro tempo.
O manto da minha pele
cobre os segredos proibidos de uma casa que não é tua!
E o meu peito é agora um planalto
onde as nascentes secaram
matando de sede todas as flores por nascer...
Não nasceram flores, nasceram cactos,
continentes de água,
que guardam as flores esquecidas do meu jardim.
E invento-te nos lábios das ondas
que pronunciam o teu nome embrulhado
na espuma branca da lua.
Inventar-te-ei ainda
quando o nevoeiro te esconder
no regaço da noite onde me deito,
neste vapor de água de que é feito
para te sentir
mesmo sem te ver...
Manuela Barroso, " Eu PoéticoIII "
Manu,
ResponderEliminarEu tenho me dedicado sempre e muito, nos últimos tempos, à arte da invenção. Quem me dera não fosse preciso...
Beijos, querida minha, muitos, cheios de carinho.
Inventamos e sentimos real a nossa invenção... tal como Pessoa ao referir-se ao Poeta dizendo que é um fingidor!
ResponderEliminar"inventar-te-ei ainda"... Adoro o som que me alcança a partir da ilusão que esse verso me permite. "quando o novoeiro te esconder no regaço da noite onde me deito" e por fim me deixar possuir por esse sentimento noturno onde o sonho me permite ainda mais...
ResponderEliminarbacio carissima
Manu muito amada,inventas um poema,sentimentos e flores,em cactus
ResponderEliminartransformadas,no jardim mágico de tua imaginação.E nos conduzes por teus caminhos em busca de um mundo
imaginário,de sonho,ternura e magia.
E invento-te nos lábios das ondas
que pronunciam o teu nome embrulhado
na espuma branca da lua.
Bjssssss ternos e muito carinho,
Leninha
Querida Manelinha, que delicia de poema. Nas mais suaves e ternas palavras: «E invento-te nos lábios das ondas
ResponderEliminarque pronunciam o teu nome embrulhado
na espuma branca da lua.»
Como as flores que nascem num belo jardim,este poema, nasceu na alma.
Parabéns, querida amiga.
Bjitos amigos e uma flor.
Manuela, que bom receber os seus comentários, apesar do boicote do google.
ResponderEliminarDizer que este poema é lindo, é banal, tão banal como declarar a redondez da terra.
Não faço isso.
O que garanto é que me demorei, que o saboreei, que procurei esventrá-lo...Esse "outro" sempre, alguma vez, nem que fosse apenas única, existiu (existe?) na vida de cada uma de nós.
É uma mensagem de um emissor feminino, assim o leio.
As palavras são exatas, um puzzle perfeito.
Muito bom.
Beijo
Nina
Minha querida
ResponderEliminarQue beleza!
Uma busca incessante, uma procura contínua. uma inquietação constante, mas tudo dito da forma mais linda, mais poética, como nunca li!
É preciso muito poder/saber/encantamento para conseguir «inventar» assim!
Um beijinho
Beatriz