terça-feira, 31 de agosto de 2010

SINESTESIAS DE OUTONO


Os corpos ainda guardam memórias dos dias quentes e límpidos do Verão!O dia convida a uma ida furtiva à praia que convida ao relaxe e despreendimento. A liberdade é intrínseca ao ser Humano. E a toda a vida que pulula na Terra!
Só que o Homem não pode ser tão livre assim...Tem deveres...
...mas eis que as núvens tecem-se com os seus caprichos - quem não perdeu horas a olhar imagens brancas deambulando pelos céus?... - e o dia cansa-se do sol e procura refrescar-se...
E as núvens ameaçam, e a brisa puxa o calor húmido...
Em breve, a electricidade começa a falar e ecoa um trovão.
Começam a cair pingas grossas avisando que o fim do verão se aproxima. E começa a sentir-se aquele cheiro inconfundível a terra molhada, ainda aberta com os sulcos de um calor tórrido como que a pedir clemência por um pouco de água! Mas ninguém vê os sulcos. Vêem as flores e a relva molhada. E a terra fica eternamente à espera destas gotas de chuva porque só a Natureza a compreende!
E o ar quente convida a passear "o bronze", porque tem que valer a pena o sacrifício de ser sardão...
E as pessoas passam indiferentes a estas pingas, correndo sempre para ver se ainda apanham o verão...
E o Outono vem pé ante pé numa calma estranha em cumplicidade com a sua nostalgia!
E faz-se sentir pelas tardes inegualáveis dum misticismo único. Pelas manhãs calmas num acordar doce. Pelas noites cálidas que nos convida a uma indolência...feliz
E tudo tem o seu encanto.

Porque fim...é renovação!





2 comentários:

  1. Uma descrição colorida, cheirosa e onomatopaica de um fim de Verão que é prenúncio de um novo ciclo.

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  2. Querida Manelinha
    Com que belas pinceladas descreves a chegada do outono!
    É sempre assim,depois do Verão!
    Tudo é belo!
    Tudo se renova!
    E a chuva, enquanto o calor ainda se faz sentir,é uma bênção!
    Todos a apreciam!
    É bem diferente daquela que cai no rigor do inverno!
    Viva a Vida!
    Um beijinho
    Beatriz

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