Areia.Aridez.
O sol bate forte nos corpos sedentos de mais bronze.A areia respira um ar quente de febre que vou sentindo à medida em que os meus pés a tocam.Institivamente dirijo-me para o mar.
Água.
E o meu corpo,fugindo deste braseiro, percorre a orla sentindo o beijar doce da água mansa nos pés.E o mar fala.As ondas falam.E não sei decifrar esta linguagem. Aquieto-me e penso na água! Tão pesada e tão leve!Tão preciosa e tão pura! E a pureza baila no meu pensamento.Ser puro...é ser cirstalino. Como a água!Sem manchas. Como a água!Moldável mas sem quebrar. Como a água!
E olho aquela massa imensa de água, tentando ouvi-la!Mas fala toda ao mesmo tempo!Não a compreendo!E o meu pensamento volta-se para dentro de mim mesma! Sou água, sou vento, sou ar e o mar...
...e olho para longe...a tocar o céu! E penso: uma coisa Deus fez bem feito! Pelo menos para já ninguém lê pensamentos! E junto o mar e o céu nos meus pensamentos e escondo-me neles...
E ando...ando ...na água e converso com as ondas! E os pensamentos correm como as motas que as sulcam ...e ninguém sente, ninguém vê, ninguém sabe...
...e fica um doce sentimento de bem estar, de ternura, de aquietação...que ninguém sente ninguém vê, ninguém sabe!
...e percorro no meu silêncio esta Meia Praia, que me vai trazendo à memória recordações que já esqueci! E esqueço-me de mim e do sol que começa a bronzear e perco-me no tempo!
...e os meus olhos percorrem o horizonte. E volto a pensar! O que é o possível? E o impossível?
...e será que existe o possível e o impossível ?
...e as ondas vão batendo com as possibilidades possíveis...
...e volto as costas ao mar e às ondas porque não é possível ouvi-los!
...e conformo-me com a minha impotência de querer compreender possibilidades...
Talvez noutro mar... noutra água...
Noutro lugar!
Um texto introspectivo que trata de uma forma linda o dilema que a todos nos inquieta e que Shakespeare condensou naquela máxima conhecida de todos...!
ResponderEliminarQuerida Manelinha
ResponderEliminarO pior é que há quem quase consiga ler pensamentos!
Possível?!
Impossível?!
Tudo existe!
Na Meia Praia,a propósito da qual li hoje uma bela homenagem feita por um lacobrigense, o poeta Francisco,tudo é possível, diante desse mar,dessa temperatura, dessa beleza!
E, em tempo de férias,nada melhor do que colocar pensamentos para reflectir, enquanto observamos o ondular do mar!
Parabéns pelo texto.
Um beijinho
Beatriz
E quem sabe até no mesmo oceano! Vais ver que pisaste nas minhas pegadas que te influenciaram.
ResponderEliminarO meu diminuitivo é " Manelito" e é assim que me tratam na família.
Bjs